domingo, 11 de dezembro de 2011

Tempo de tentação - partes 1 e 2


"E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome." (Mt. 4:2)

Aprendi algo sobre a tentação hoje que não tinha enxergado antes com muita clareza. Não sobre a tentação da carne que surge de forma passageira e inesperada e que, uma vez resistida, logo se vai. Falo do período de tentação que passamos pela direção do Espírito, para sermos provados e aprovados para a obra do Senhor.

A bíblia deixa claro que Jesus, antes de iniciar seu ministério, foi levado pelo Espírito ao deserto com o objetivo único de ser tentado pelo diabo. Deuteronômio 8 descreve esse processo na vida dos que decidem seguir a Deus. É um processo cujo tempo não é descrito, pode levar até mesmo muitos anos, e é justamente nisso que ele consiste. Jesus jejuou quarenta dias e quarenta noites, mas a tentação não estava nisso e nem começou nesse tempo. Foi após passar as quarenta noites em jejum, quando finalmente começou a sentir fome, que então a tentação começou. Foi no cansaço do longo tempo no deserto que a tentação se apresentou a Jesus, testando-o em todas as áreas da sua vida e com o objetivo único de fazê-lo desistir da fé em Deus e dos Seus planos para a sua vida.

Não é diferente conosco. Às vezes passamos por períodos difíceis e pensamos que a tentação está nisso, nos desafios apresentados pelos problemas. Mas são os longos períodos de dificuldade que nos colocam em posição de realmente sermos tentados. É quando estamos cansados e sem esperança que o verdadeiro teste do nosso caráter surge, quando vemos longas estações passarem sem nenhum sinal do livramento de Deus ou manifestação de Suas promessas. É quando tudo parece distante e perdido, quando a fidelidade de Deus parece falhar e a única coisa que nos resta é uma lembrança distante daquilo que um dia Ele nos falou ("Este é o meu filho amado, em quem me comprazo."). É quando tudo parece afundar e já não encontramos esperança em nossa alma para resistir, e a única coisa que ainda nos resta é uma voz fraca no coração que diz "eu sei que meu redentor vive". Estamos famintos, exaustos, o desejo de desistir cresce a cada dia, o sol torna-se mais quente, a alegria se vai e a alma definha. Não existe motivos de alegria, a tentação suga toda a vida ao nosso redor. Nesse momento atingimos o maior nível possível de tentação, quando a nossa escolha em confiar no Senhor e na Sua Palavra não se baseia em nenhuma circunstância visível, mas apenas na esperança que uma vez foi plantada em nosso coração.

Davi conhecia muito bem essa posição. Em muitos salmos ele descreve seus momentos de tentação e a firmeza da certeza plantada em seu coração:

"Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia? Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo? Atenta para mim, responde-me, Senhor, Deus meu! Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte; para que não diga o meu inimigo: Prevaleci contra ele; e não se regozijem os meus adversários, vindo eu a vacilar. No tocante a mim, confio na tua graça; regozije-se o meu coração na tua salvação. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem." (Salmo 13)

Creio que esse é o verdadeiro teste do caráter do homem chamado pelo Senhor. Vemos-o na vida de todos os que se tornaram grandes e nem mesmo Jesus como homem foi isento de passar por ele. Creio que apenas quando finalmente somos aprovados neste teste passamos a desfrutar do nível das bênçãos que Deus deseja derramar sobre nós. Jesus saiu do teste e retornou à Galiléia cheio do poder do Espírito (Lc. 4:14). Foi então que o seu ministério começou e a glória de Deus pôde fluir por seu intermédio.

Não é um teste fácil de se passar, de modo nenhum. Pelo contrário, acredito que não existe teste mais difícil em toda a caminhada cristã (Dt. 8:2-5). Em contrapartida, as promessas feitas àqueles que forem aprovados são incomparáveis! (Dt. 8:7-13)

"E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o SENHOR teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem.
Que te guiou por aquele grande e terrível deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e de terra seca, em que não havia água; e tirou água para ti da rocha pederneira; que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram; para te humilhar, e para te provar, para no fim te fazer bem;" (Deuteronômio 8:2-3,15-16)

"Porque o SENHOR teu Deus te põe numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, e de mananciais, que saem dos vales e das montanhas; terra de trigo e cevada, e de vides e figueiras, e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel. Terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes tu cavarás o cobre. Para não suceder que, havendo tu comido e fores farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as, e se tiverem aumentado os teus gados e os teus rebanhos, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens, se eleve o teu coração e te esqueças do SENHOR teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão;" Deuteronômio 8:7-9,12-14

Parte 2

Não consigo me afastar dessa passagem. Após jejuar 40 dias, Jesus realmente teve fome. O grande problema de sua alma naquele momento realmente era a fome e Satanás o tentou justamente nisso. Era possível, com base nas promessas de Deus sobre sua provisão, que Jesus ordenasse às rochas que se tornassem pães e o seu problema fosse resolvido. Mas ele soube reconhecer que era momento de teste, e não de usar a Palavra de Deus a seu benefício. Fica a grande lição para nós. Qual o grande problema de nossas almas nesse momento?
Há momentos de teste, momentos em que o mais importante é nos apegarmos à certeza da Palavra de Deus em nossos corações, e não a uma mudança de circunstâncias. Nesse período de prova, por mais que as circunstâncias nos apertem e tenhamos a palavra de Deus a nosso favor, nada parece mudar e a fidelidade de Deus é questionada. É importante permanecermos firmes no que temos ouvido dele. Nossa fé em Deus não pode estar baseada numa mudança de circunstâncias, mas na confiança em seu caráter imutável. É nisso que somos testados, se somos capazes de guardar seus mandamentos e permanecermos confiantes nele mesmo no calor e na fome dos desertos da nossa alma, em meio às provocações e chicanas de Satanás. Ele tentará nos fazer acreditar que a Palavra de Deus não funciona porque as circunstâncias não mudam, mesmo após permanecermos em fé durante tanto tempo. Jesus nos deu a resposta, o segredo e o resultado esperado deste teste: o homem deve viver da palavra saída da boca de Deus e plantada em seu coração, e não da mudança das suas circunstâncias e satisfação dos desejos da sua alma. Deus espera que passemos neste teste.

sábado, 3 de setembro de 2011

Desafios


Hebreus 3:7,8 - Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provação, no dia da tentação no deserto

Este texto me desafia muito. Afinal, o que me ajudaria a não ser como aquele povo no deserto, que ouviu a voz de Deus e recebeu instruções da parte dele, mas não creu que Ele seria fiel para cumprir o que prometeu? O desafio era grande e às vezes Deus nos desafia da mesma forma. Deus os mandou entrar e conquistar uma terra de gigantes tão grandes que eles se sentiam pequenos como insetos. O medo que eles sentiram não era injustificado, tinha uma razão de ser. O problema é que eles pararam por aí, foram paralisados pela impossibilidade. Acharam que teriam que fazer tudo na força do seu braço quando Deus havia dito que lhes daria aquela terra. Eles limitaram o poder, a capacidade e a fidelidade de Deus em conduzi-los com sucesso naquele desafio. Ao medirem na força de seu braço a sua capacidade de vencer, eles desprezaram a presença de Deus, que os havia conduzido até ali por meio de tantos milagres. Por que agora seria diferente? Somente porque o desafio parecia maior?
Deus no mostra sua fidelidade através de uma série de desafios pequenos, para que tenhamos experiência nela e confiança na sua habilidade. Ele abre diversas portas menores para que possamos crer que Ele também abrirá as maiores quando o momento chegar. Ele nos dá experiências do seu caráter para que não duvidemos de suas intenções quando Ele nos propuser um novo desafio. Ele nos faz passar por tantos caminhos para que, quando o momento de enfrentar o desconhecido chegar, possamos nos lembrar e não endurecer nosso coração pela incredulidade.
Foi exatamente o que Davi sentiu quando chegou o momento de enfrentar o gigante. Ele já tinha experiência do poder e fidelidade de Deus quando precisou encarar o leão e o urso. Aquilo lhe deu a confiança que ele precisava quando se encontrou com Golias. Seria Deus menos fiel diante de um desafio maior? Seria menor o seu poder? Ou estaria Ele nos dando uma oportunidade de conhecer mais da sua grandeza? São desafios da fé. A fé precisa ser desafiada para crescer, e é importante que a fé sempre cresça para que possamos experimentar mais de Deus.
"Se ouvires a sua voz" - Deus nos fala e devemos estar atentos. Passos de fé só devem ser tomados com base numa palavra da parte de Deus, específica e direcionada a nós. Uma vez recebida a palavra, a atitude do nosso coração determinará o resultado. Se recebida com fé e acompanhada de ações de fé, se cumprirá; se com incredulidade, permaneceremos onde estamos e nada mudará. A escolha será nossa quando o momento chegar.

sábado, 27 de agosto de 2011

Eternidade


Hebreus 1:10-12 - Ainda: No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das tuas mãos; eles perecerão; tu, porém, permaneces; sim, todos eles envelhecerão qual veste; também, qual manto, os enrolarás, e, como veste, serão igualmente mudados; tu, porém, és o mesmo, e os teus anos jamais terão fim.

Nos apegamos tanto à realidade deste mundo e é natural que assim seja, pois fomos criados homens e a nossa natureza terrena se identifica e tem prazer em tudo o que foi criado por Deus para nós. Mas precisamos desenvolver a consciência de que tudo o que existe deixará de existir, o mundo perecerá, será mudado. As coisas que vemos são todas temporais. É necessário que tenhamos uma consciência maior da nossa natureza espiritual, pois para isso Deus nos criou como Ele, para que também fôssemos espírito e tivéssemos acesso não só a este terra, mas ao mundo espiritual.

Tudo o que existe aqui, embora lindo, é temporal e existe porque é sustentado pelo poder da Palavra de Deus. Mas existe uma esfera em que as coisas não são temporais e onde o próprio Deus habita. Creio que ali tudo existe vindo diretamente da Sua presença. Ele é a própria luz daquele lugar. De tempos em tempos precisamos voltar nossas mentes para isso, atentarmos para a realidade espiritual e ansiarmos por ela. Nos apegamos a tantas coisas neste mundo, fazemos tantos planos e projetos. Nada que fizermos ou alcançarmos aqui será preservado, mas será destruído junto com tudo o mais. Apenas aquilo que tem reflexo na eternidade será o que levaremos conosco.

João 6:27a, 29 - Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará...Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.

Trabalhar pelo conhecimento de Cristo. Aquilo que aprendemos dele, nos tornamos nele e fazemos através dele será o que irá subsistir para sempre.
A obra que Deus espera que façamos é crer em Jesus, e essa fé aumentará a cada dia, à medida em que o conhecemos mais. Esse deve ser o nosso esforço e o nosso trabalho enquanto estamos aqui, se é que queremos tesouros eternos. Somente aquilo que somos e fazemos nele durará para sempre. Os níveis de autoridade que alcançamos nele serão levados conosco para sempre. (Mt. 19:27,28) As obras realizadas nele terão recompensa eterna. (Mt. 25:21) Existem tesouros na eternidade que devem ser alcançados na terra (Mt. 6:19,20, Mt. 19:21). TODO o resto, toda obra humana, todo projeto, todo sucesso, fama e realizações, TUDO o mais ficará por aqui e será destruído junto com esse mundo.

Agora a minha pergunta para você é: pelo que você está trabalhando?

domingo, 31 de julho de 2011

Igreja

Ef. 1:22,23 - E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.


O que é a igreja e como eu me encaixo nela? Nascemos de novo, nos tornamos cristãos, temos uma nova vida em Cristo e passamos a fazer parte da Sua igreja quer freqüentemos uma denominação ou não. Igreja é o conjunto dos crentes, a coletividade daqueles que crêem. Faço parte dela e tenho contribuições a dar a ela ainda que não saiba. É como ter uma família natural, fazemos parte dela simplesmente porque nascemos nela. Com o tempo aprendemos qual o nosso papel e participação na família, como contribuímos para que ela cresça em união, amor e comunhão. Uma família é algo lindo, mas a igreja difere dela por não estar limitada a um grupo pequeno de pessoas, mas à totalidade dos que crêem em Cristo. É também uma família com objetivo de crescimento, o desejo de que mais e mais membros surjam, sejam adotados e façam parte dela. Sendo assim não limitamos a igreja de Deus a uma denominação. Muito embora seja bom e inevitável fazer fazer parte de um grupo pequeno e tê-lo como "minha igreja", não percamos de vista que a igreja do Senhor é bem maior do que o grupinho com que nos reunimos todos os domingos e que fomos chamados a fazer parte dela como um todo também.

Crucificação

Gl. 5:18,24,25 - Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscência. Se vivemos no Espírito, andemos também nos Espírito.


Aqueles que querem andar em Espírito e ser guiados pelo Espírito precisam aprender a crucificar sua carne. Matar a carne é algo que nos cabe, algo que nós precisamos fazer, Deus não o fará por nós. Não consigo pensar em uma crucificação literal, mas penso que a melhor maneira de matar a carne é sufocá-la, não alimentá-la. Algo que não recebe alimento acaba enfraquecendo e morrendo naturalmente. Por outro lado, quanto mais a alimentarmos, mais forte ela crescerá. Não matamos a concupiscência que existe em nossa carne se enchemos nossos olhos de cenas de sensualidade. Não sufocamos a cobiça que nos seduz se permitimos que os nossos olhos passeiem sem controle, checando aquilo que as vitrines e propagandas nos oferecem e que os nossos vizinhos tem.

Uma vida no Espírito é dirigida por Ele, com desejos e impulsos despertados por Ele e não pelo mundo e pelas pessoas ao nosso redor ou pelos desejos da nossa carne. Equilíbrio e sobriedade fazem parte da vida daqueles que aprendem a arte da crucificação.

Liberdade


Gl. 4:6,19,29 - E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Meus filhos, por quem de novo sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós. Como porém, outrora, o que nascera segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, assim também agora.


Deus nos chama para uma vida de adoração profunda, verdadeira e viva, e não mais para ritos religiosos mediante a guarda de mandamentos. Ele faz isso não nos dando Sua Palavra, mas enviando ao nosso coração o Espírito de Seu Filho, para nos conduzir à transformação em filhos de Deus, dirigidos pela Sua voz e motivados pelo Seu amor.

É preciso nos acostumarmos a essa nova forma de vida, pois um espírito de escravidão nos persegue e nos faz querer buscar a aprovação de Deus por meio de atos nossos. Quão importante é crescermos em confiança e aprendermos a seguir unicamente a voz do Espírito. Seremos tentados e perseguidos como os gálatas foram, mas é necessário prosseguir até que Cristo seja formado em nós, até que tenhamos Seus pensamentos e o mesmo relacionamento com o Pai que Ele tinha quando esteve na terra. Ele nos abriu o caminho para que fôssemos como Ele e para que, como Ele, tivéssemos acesso direto ao Pai pelo Espírito. Saberemos o que Ele espera de nós, seremos corrigidos e ensinados diretamente por Ele através do Espírito que Ele fez habitar em nós, e não através de leis e ordenanças. Existe uma vida de liberdade no Espírito onde não temos medo de errar ou tropeçar, pois os nossos passos são dirigidos por Ele. Esse é o grande trunfo da liberdade, ter acesso direto à Fonte e não mais necessitar de um aio para nos conduzir a Cristo (Gl. 3:24). Já estamos nele, que cresçamos nele até que a plenitude de Deus habite em nós e sejamos a imagem de Cristo.

Senhor, leva-nos a um lugar de descanso onde somente o som da Sua voz me conduza e me influencie.

Chamado


Gl. 1:15,16 - Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim para que eu o pregasse entre os gentios, sem detença, não consultei carne e sangue.


Deus tem tempos determinados para colocar homens na história. Assim como um diretor de cinema, Ele dirige os atores em cada cena; a sua entrada e participação em cada momento do filme é definida por Ele. Paulo poderia ter sido chamado antes, mas o seu encontro com Cristo se deu apenas no momento em que aprouve a Deus, embora ele já fosse chamado desde o ventre. As experiências adquiridas até então, tudo o que ele aprendeu e viveu pôde ser usado eficazmente em seu ministério entre gentios e judeus.

Enquanto aguardamos o tempo do chamado de Deus para entrarmos em cena num cenário maior, que possamos servi-lo com todo o nosso zelo e entendimento. O próprio Deus irá proporcionar as experiências que precisamos e irá acrescentar o que nos falta para o seu serviço.

A segunda forte lição que eu tiro desse texto é o quão pouco significa a intermediação dos homens no plano de Deus. Muitos são ensinados e capacitados por mestres e professores de seminários e muitos recebem seu chamado e são colocados no ministério pelas mãos de pastores e líderes. Paulo não recebeu seu chamado de ninguém, mas diretamente de Deus. Também não foi colocado em nenhuma posição dentro de uma igreja local, mas foi enviado a pregar diretamente por Deus. A sua capacitação e preparação também não se deram através de homem algum, mas de Deus (Gl. 1:17).

Não desprezemos o valor daqueles que nos instruem, mas tenhamos firme em nosso coração de que Deus é o dono da obra, o diretor do filme e o roteirista! Que seja Ele o único a nos colocar em cena.


sábado, 23 de julho de 2011

Distrações


2 Co. 7:1 - Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.


Esse versículo me pegou hoje com toda a força. Estava mesmo precisando de um motivo para justificar uma nova consagração e este versículos traz todas a chaves.

"Aperfeiçoando a nossa santidade." Santidade é algo que precisa ser aperfeiçoado, construído, desenvolvido. Com o passar dos dias, dos tempos, precisamos crescer em nossa separação ao Senhor, purificando nossa carne e nosso espírito. Há coisas que nos poluem, quebram nossa santidade, nossa consagração, e, por conseqüência, nossa conexão com o Espírito. Precisamos identificar quais são essas coisas e tomar atitudes quanto a elas. O motivador dessa busca pelo aperfeiçoamento são as promessas dos versículos anteriores e as implicações delas: "Habitarei e andarei entre eles" (1Co. 6:16-18). Ter a presença de Deus habitando e andando conosco no nosso dia-a-dia é um privilégio que desfrutamos em medida cada vez maior e mais nítida quanto maior for a nossa consagração e separação das coisas que nos poluem e distraem. Não me refiro somente a pecados, mas também a coisas simples e temporárias desse mundo que acabam ocupando um bom espaço em nossa mente. Seria irresponsável enumerá-las aqui, pois elas variam de pessoa para pessoa, mas eu pessoalmente me perco muito facilmente em filmes, vaidades e passatempos.

Como cristãos estamos deixando de desfrutar dos privilégios da presença do Espírito em nós. Ele veio para nos ajudar em todos os aspectos dessa vida e de forma tão abundante que ainda tenhamos ajuda para dar aos que nos cercam. Ele veio nos revestir de poder de maneira que possamos operar nos dons do Espírito e manifestar a presença de Deus no nosso mundo. Ele também veio para nos guiar a toda a verdade e nos conduzir a decisões sábias. Quão preciosa é a presença santa do Espírito de Deus!

Precisamos crescer na consciência dessa presença para desfrutarmos dos tremendos benefícios dela, não só para nós mesmos, mas para o mundo ao nosso redor. Mas isso só acontecerá quando nos livrarmos cada vez mais daquilo que nos distrai e crescermos em santidade. Afinal, sem santidade (separação) ninguém verá o Senhor (nesse mundo hoje).

Mudanças


Olá a todos os que lêem e os que ainda não lêem este blog! É sempre uma frustração me lembrar que não tenho escrito nada quando tanto poderia estar sendo compartilhado aqui. Resolvi, então, fazer uma pequena mudança e começar a compartilhar no blog as minhas meditações diárias na esperança de tornar minhas postagens mais frequentes e dividir pensamentos com alguém. Imagino que os textos não serão tão coerentes porque estão escritos para mim mesma, mas vamos ver. Eles surgirão de meditações diárias em um capítulo da bíblia, por isso sugiro que você leia o capítulo inteiro de onde o texto se baseia.
Aguardarei comentários, eles sempre incentivam!
Um abraço a todos e que Deus nos abençoe!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Hipocrisia

"Mas ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas!" (Mt. 23:13)

Nunca em nenhum outro lugar das Escrituras encontramos Jesus tão irado como quando confrontava os fariseus e mestres da lei. Nada o deixava tão indignado quanto o comportamento daqueles homens que traziam o conhecimento da Palavra de Deus. Assim como João Batista, Jesus os repreendia de forma tão severa que seus próprios discípulos tremiam: "Serpentes! Raças de víboras! Como vocês escaparão da condenação do inferno?" (Mt. 23:33) Não havia dúvida no significado de suas palavras, Jesus os declarou dignos do inferno pelo seu pecado. E que pecado tão terrível seria esse? Um muito conhecido nosso: Hipocrisia.

O dicionário define hiprocrisia como: Vício que consiste em aparentar uma virtude, um sentimento que não se tem. Fingimento, falsidade. Mas afinal, qual o mal da hipocrisia?

"Essa é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma." (1 Jo. 1:5) O Criador é tão verdadeiro, na realidade Ele é a própria Verdade. Dissimulações, enganos, mentiras e falsidade não existem nele e o desagradam profundamente. Dentre tantas coisas que Jesus nos ensinou, Ele insistiu em nos mostrar o quanto a hipocrisia deveria estar fora das nossas vidas:

"Tenham o cuidado de não praticar suas 'obras de justiça' diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial. Portanto, quando você der esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas" "E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas." "Quando jejuarem, não mostrem uma aparência triste como os hipócritas" (Mt. 6:1,2,5.16)

A punição mais severa que encontramos na igreja primitiva veio justamente em resposta a um ato de hipocrisia (Atos 5). Quem não se lembra da história de Ananias e Safira? E quem nunca se indignou pela punição tão severa que receberam? Acredito que essa história nos revela quão seriamente devemos levar esse assunto em consideração. Naquela época o temor apoderou-se de toda a igreja e de todos os que ouviram falar dos acontecimentos e creio que seria muito bom que se apoderasse de nós também.

Deus não deseja encontrar falsidade em nós, mas que sejamos verdadeiros como Ele é verdadeiro. Esse pensamento me causou tanto temor que me peguei pensando quanto de hipocrisia ainda estaria presente em mim e em que forma. Penso que ela é como uma praga entre os homens que vivem em sociedade. Afinal, quanto fazemos para sermos vistos ou socialmente aceitos? Quantas tradições seguimos, mas que não possuem nenhum significado para nós? Quantos rituais praticamos, rituais vazios uma vez que o nosso coração não está naquilo?

Penso não haver nada de errado em cerimônias e tudo o mais que foi instituído para celebrar ocasiões da vida que merecem celebração. Mas penso que a hipocrisia entra quando a celebração é feita mais para que outros vejam e nos aprovem, ou ainda quando ela possui mais um sentido de obrigação, afinal, "todo mundo faz, eu também preciso fazer igual." Quantas regras sociais seguimos e nem sabemos porque seguimos. Mas Deus deseja mais de nós. Atitudes vazias e rituais o desagradam. "Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes nos meus átrios?" (Is. 1:12)

Podemos usar máscaras, esconder quem somos e o que realmente pensamos, mostrar aparência de piedade e santidade, mas foi justamente por isso que os fariseus foram condenados com tamanha severidade. "Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens." (Mt. 23:5) Ousaríamos cometer o mesmo erro? Deus não se agrada de aparências, elas normalmente só impressionam os homens. Além disso, como sermos falsos diante de Deus? Deus enxerga lá dentro, onde estão escondidos os verdadeiros desígnios de cada gesto e atitude humana. Sendo assim, busquemos ser verdadeiros, não falar coisas que não pensamos apenas para agradar, ou ainda para mostrar o quão impressionante somos. Que não toleremos a menor sombra de falsidade nos nossos comportamentos ou palavras, ainda que isso possa fazer de nós pessoas antipáticas diante dos homens. Fingir que gostamos de algo que desaprovamos apenas para não sermos indelicados é hipocrisia. Ser delicado muitas vezes é ser hipócrita! Podemos ser amáveis sem sermos falsos, dizer sempre a verdade sem ferir, ofender ou desagradar, afinal, o que há de tão desagradável na verdade? Por que insistimos em esconder a verdade para impressionar os homens? Ou ainda, por que nos ocupamos mais com a aparência das coisas do que com a sua essência? Por que nos tornamos uma sociedade de tantas disputas? O que há nos nossos semelhantes que nos faz lutar tão ardentemente pela sua admiração? Ou melhor, o que há em nós que deseja tanto a aprovação e adoração dos homens?

Vivemos em um mundo hipócrita, em que a verdade é mascarada, escondida, rejeitada e onde tudo é feito para que os homens vejam, exatamente como os fariseus faziam. Vivemos em um mundo onde o importante não é ser, mas parecer. Em resposta a isso deixo as palavras de Jesus em Mateus 5:14-16 - "Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus."

Se desejamos aprovar as coisas que Deus aprova e desaprovar as que Ele desaprova, que não toleremos a hiprocrisia no meio do povo de Deus, a começar em nós. Sonde o seu coração hoje, veja o quanto de falsidade ainda há nele e decida arrancá-la de lá. O Espírito certamente te ajudará.

Salmo 12 - Salva-nos, Senhor, pois não existe mais o piedoso; os fiéis desapareceram dentre os filhos dos homens. Cada um fala com falsidade ao seu próximo; falam com lábios lisonjeiros e coração dobre. Corte o Senhor todos os lábios lisonjeiros e a língua que fala soberbamente, os que dizem: Com a nossa língua prevaleceremos; os nossos lábios a nós nos pertecem; quem sobre nós é senhor? Por causa da opressão dos pobres, e do gemido dos necessitados, levantar-me-ei agora, diz o Senhor; porei em segurança quem por ela suspira. As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada numa fornalha de barro, purificada sete vezes. Guarda-nos, ó Senhor; desta geração defende-nos para sempre. Os ímpios andam por toda parte, quando a vileza se exalta entre os filhos dos homens.

Salmo 15 - Quem, Senhor, habitará na tua tenda? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda irrepreensivelmente e pratica a justiça, e do coração fala a verdade; que não difama com a sua língua, nem faz o mal ao seu próximo, nem contra ele aceita nenhuma afronta; aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado, mas que honra os que temem ao Senhor; aquele que, embora jure com dano seu, não muda; que não empresta o seu dinheiro a juros, nem recebe peitas contra o inocente. Aquele que assim procede nunca será abalado.