quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Felicidade


"Senhor, tu és a minha porção e o meu cálice; és tu que garantes o meu futuro. Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita."(Salmo 16:5,11)

Na semana passada o e-mail de uma amiga me trouxe o argumento final para uma discussão que crescia no meu coração há algum tempo. Cristã, casada com um belo homem, morando em um país de primeiro mundo, sem stress e problemas financeiros ela me confessou que nem sempre acorda feliz. Pareceu um comentário normal, mas foi o último empurrãozinho que eu precisava para fechar minha tese.

Passamos a vida esperando e sempre desejando algo que está para acontecer. Emprego, casamento, promoção, filho, ministério, mudança, libertação, salvação. A lista é grande. O nosso coração se apega à esperança de que Deus é fiel para cumprir o que prometeu e que chegará a hora em que receberemos o que por tanto tempo esperamos. Até aqui nada de errado, Deus realmente é fiel para nos abençoar de acordo com a Suas próprias promessas. O nosso engano, porém, está em achar que seremos felizes quando finalmente a hora chegar.

Quanto mais rápido aprendermos a lição, menos nos enganaremos. Parece uma lição simples, mas penso que a dificuldade está em aceitá-la. Ouvimos nos sermões das igrejas, lemos em livros cristãos, escutamos dos amigos e nós mesmos dizemos isso no nosso testemunho cristão: A felicidade está em Cristo.

"Mas isso é óbvio", você poderia me dizer cheio de razão. "Todo cristão sabe disso." Mas então por que, mesmo como cristãos, passamos boa parte das nossas vidas nos sentindo infelizes e frustrados com as nossas circunstâncias? Por que o cansaço e a frustração?

Se nossa felicidade é Cristo, porque nos angustiamos com o emprego que não chega, o dinheiro que falta, ou o marido que não aparece, ou os filhos que não vêm? Por que ainda achamos que, se apenas tivéssemos "aquilo", nossa vida seria diferente? Se vivêssemos em outra cidade, tivéssemos mais dinheiro, um companheiro, uma igreja melhor, seríamos mais felizes? Por que ainda insistimos em colocar esperança de satisfação nas coisas que desejamos ou na mudança de nossas circunstâncias? Estaríamos desperdiçando nossa vida em busca de uma felicidade ilusória?

Uma passagem me veio ao coração enquanto meditava nisso tudo:
Colossenses 3:1-3 - "Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas. Pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus."

Penso que uma grande fonte de frustrações é a nossa falha em observar esse versículo. Passamos boa parte da nossa vida olhando para baixo, para coisas terrenas, como se esse fosse o nosso reino, a nossa herança, e como se Cristo nunca fosse voltar. Não acho que deveríamos ignorar as coisas terrenas, porém penso que deveríamos sempre ter um olhar fixo no horizonte, ansiando pela nossa pátria e pelo retorno do nosso Salvador. Deveria ser encontrado em nossos corações um desejo ardente que esse dia logo chegasse, e esse desejo deveria ser maior do que qualquer outra coisa que estejamos aguardando nessa terra. A certeza plena de que nada se compara a estar com o Senhor. Por que outra razão Paulo escreveria que "de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor" (Fp. 1:23)?

Queremos tirar o máximo proveito da vida, desfrutar cada momento, realizar nossos sonhos. Até então, nada mais natural, é necessário ter metas, sonhos, projetos, expectativas. Mas somos infelizes se perdemos a expectativa da vida eterna, se colocamos nosso coração apenas nas coisas que realizamos nessa terra. Se tudo o que vivemos e esperamos viver não passar de realizações terrenas (vida próspera, faculdade, casamento, filhos), o que nos resta? Estamos fadados à infelicidade, pois "Deus pôs no coração do homem o anseio pela eternidade" (Ec. 3:11). "Se é somente para essa vida que temos esperança em Cristo, somos os mais infelizes de todos os homens." (1Co. 15:19)

Passamos a nossa vida desejando tanto, quando já temos tudo se temos o Senhor. Precisamos fazer como Davi e descobrir o prazer e as delícias da presença dEle. Existe uma fonte de alegria e satisfação plena e quanto mais rápido descobrirmos isso, menos tempo perderemos frustrados e insatisfeitos esperando a felicidade chegar junto com as coisas que desejamos ou com a mudança das nossas circunstâncias. Acredito que foi o conhecimento desse fato que levou Paulo a escrever, do fundo de uma prisão: "Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se!"

Não pare de sonhar e desejar. Alegre-se com suas conquistas e com as promessas do Senhor para esta vida. Mas, acima de tudo, mantenha seus olhos fixos no horizonte, desfrute das delícias da Sua presença, e alegre-se na expectativa daquele dia!

"Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente." (Salmo 16:11)

"Mas a nossa pátria está nos céus, donde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo" (Filipenses 3:20)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Obediência total


"Depois que partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho e lhe disse: "Levante-se, tome o menino e sua mãe, e fuja para o Egito. Fique lá até que eu lhe diga." (Mateus 2:13)

Uma vida de obediência ao Senhor é desejo de todo cristão, ou pelo menos deveria ser. À medida que crescemos e encontramos na Palavra de Deus mandamentos e preceitos, enforçamo-nos para que nossas vidas se amoldem a eles. "Não roubarás". "Não mentirás". Descobrimos o padrão que o Senhor espera de nós e procuramos ajustar nossas vidas de forma a agradar a Ele e a estarmos aptos para o Seu serviço. O próprio Espírito que Ele colocou dentro de nós se encarrega de nos ajudar nisso, nos convencendo do pecado e transformando nosso caráter.

Até então pensamos que o nível de obediência que se espera de nós diz respeito apenas a uma vida livre de pecados, uma vida de cumprimento de mandamentos. Mas não é isso que encontramos na Bíblia, pelo menos não na vida daqueles que quiseram um nível mais profundo de caminhada com o Senhor. A Bíblia relata a história de um jovem que experimentou isso, um convite à obediência total. O interessante é que o convite surgiu por causa de uma inquietação nascida em seu coração, a de que lhe faltava alguma coisa, a de que o simples cumprimento de mandamentos não poderia ser tudo o que Deus requeria dele. "A tudo isso tenho obedecido. O que me falta ainda?" (Mt. 19:20) Pela resposta de Jesus, descobrimos que ele não estava errado em achar que algo lhe faltava. Ele estava certo em achar que Deus requeria mais dele do que o automático cumprimento de leis: Deus requeria o controle total da sua vida.
Somos bobos em achar que uma vida longe de pecados é tudo o que Deus requer de nós. Nenhum relacionamento funciona neste princípio, muito menos o nosso relacionamento com o Criador. Somos convidados a cada dia não a perguntar "o que nos falta ainda?", como fez o jovem rico, mas a um relacionamento dinâmico com o Senhor. Um relacionamento baseado no princípio de que há um propósito, há caminhos traçados e um destino a se alcançar e precisaremos de direções caso desejemos alcançar esse destino. Nesse caminho não somos nós que tomamos as decisões, pois não fomos nós que o traçamos. Jeremias descreveu isso de forma tão linda quando disse: "Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem é do homem que caminha o dirigir os seus passos.” (Jr. 10:23). Quanto mais cedo descobrimos isso, menos erraremos em tentarmos dirigir nossas próprias vidas.
Precisamos que o Senhor nos dirija, por isso a necessidade de consultá-lo a cada dia, recebeber direções e obedecê-las. Desenvolvemos a consciência de que um passo em falso nos levará a caminhos errados e nos tornamos cada dia mais dependentes, afinal, desejamos ver Seus planos cumpridos em nossas vidas, certo? (Estou escrevendo apenas para aqueles que desejam ouvir dizer de si aquilo que foi dito de Davi: "Tendo, pois, Davi servido ao propósito de Deus em sua geração, adormeceu" - Atos 13:36.)
Mas onde entra a obediência nisso?
Obediência às direções do Senhor muitas vezes nos custam porque elas não trazem em si maiores explicações. "Fique lá até que eu lhe diga." Imagino que José tivesse outros planos para a sua vida. Imagino que partir repentinamente para o Egito não fazia parte de sua meta de vida. E quanto a permanecer lá por tempo indeterminado? Ficar lá até que o Senhor o mandasse sair de lá? Acredito que José não tinha planejado isso. E quanto tempo seria? O Senhor não falou. Apenas mandou que Ele ficasse lá.
Muitas vezes as direções do Senhor são assim. "Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei." (Gn. 12:1). Deus não mostrou, apenas disse que mostraria. E esperava que Abrão obedecesse, assim como esperava que José e o jovem rico obedecessem. "Vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres". Mas Ele não parou por aí: "Depois, venha e siga-me". Na verdadeira caminhada de fé Deus irá requerer de nós esse tipo de obediência, aquela que parte para o desconhecido, que larga tudo o que tem para servir ao Senhor, ou aquela que senta e espera até o Senhor mandar sair. Muitas vezes para obedecermos ao Senhor será preciso ficarmos parados e aguardar. Imagino que José deva ter desejado voltar para casa e para o meio de seu povo, deva ter desejado saber até quando seria necessário estar ali. Mas ele acabou por optar pela obediência, não a simples guarda de mandamentos ou preceitos, mas a obediência que demonstra confiança, fé e dependência no Criador. É assim que Deus nos convida a caminhar com Ele.
E você achou que seria diferente com você? Todos aqueles chamados à grandeza serão convidados a seguir as pegadas dos seus patriarcas, dos exemplos deixados na Bíblia de homens que alcançaram o propósito de Deus nas suas gerações através da obediência. Você será um deles?
"Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda." (Salmo 139:16)
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas.” (Ef. 2:10)

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Desde o ventre


"Respondeu-lhe o Senhor: Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá ao mais moço." (Gênesis 25:23)

Não existem acasos para Deus. Nosso Criador é pragmático. Ainda nos pequenos detalhes do mundo encontramos o toque de Sua mão. Em cada ser criado, em cada homem formado, um propósito, uma visão, um destino. Embora muitos nunca cheguem a descobrir seu papel na história, o propósito de Deus permanece em cada vida criada.

Sonhos plantados no coração, talentos herdados não se sabe de quem, habilidades adquiridas ao longo das experiências da vida, todos indicadores de um planejamento minucioso da parte de Deus. Eles são como placas sinalizadoras ao longo de uma estrada que nos informam qual caminho devemos seguir.

Muitas vezes, porém, as circunstâncias nos forçam a tomar caminhos diferentes, a abandonar os sonhos e projetos do coração. Empregos, salários, concorrências, ambições, família, responsabilidades. A vida nos empurra por caminhos que não queremos, por decisões impensadas e precipitadas. Precisamos nos encaixar no sistema, agradar nossas famílias e amigos, corresponder àquilo que esperam de nós ou mesmo lutar para sobreviver no mundo moderno. E nessa loucura nosso propósito eterno se perde, nossos sonhos morrem e passamos a vida nos sentindo frustrados por aquilo que nunca fizemos, pelo potencial que nunca alcançamos. Os planos traçados pelo Criador para nossas vidas tornam-se ilusão, como uma tarde nebulosa onde enxergamos as montanhas ao longe, mas não temos a certeza se são montanhas ou nuvens.

Talvez não exista tragédia maior do que não alcançarmos aquilo para que fomos criados. É como uma Ferrari, arquitetada da forma mais brilhante para atingir as maiores velocidades, servindo de transporte escolar. Alguém diria: "Mas que desperdício! Você não sabe que isto é uma Ferrari? Essa máquina deveria estar correndo e não transportando crianças a 40km por hora!" Com toda a razão. Mas o que dizer de homens arquitetados para grandezas presos em mesas de escritório? Que dizer de vidas desperdiçadas em propósitos temporários sem atingir o objetivo para o qual foram criadas?

"Clama a mim, e responder-te-ei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes." (Jeremias 33:3)

Só há uma forma de escaparmos desse destino cruel: nos voltarmos para o nosso Criador. Mesmo aqueles que já O conhecem precisam buscá-lo quanto ao Seu plano para suas vidas. Muitos tem arriscado simplesmente caminhar sem destino, para ao fim do caminho descobrirem que não chegaram a lugar nenhum. Muitos tem medo de perguntar, receio de receber uma resposta não agradável.Muitos simplesmente estão confortáveis demais com suas vidas para mudar algo agora. E mesmo aqueles que buscam e recebem direção, precisam ainda da coragem e da fé necessária para segui-la.

Não há nada mais triste do que dons e talentos desperdiçados. Mais ainda pelo fato de que isso será tudo o que importará no dia em que nos encontrarmos com o Senhor. Ninguém poderá usar a desculpa de "Ah, eu não sabia", quando sequer se importaram em consultar ao Criador quanto à sua vida. Que desperdício descobrir que não vivemos, que grande dor o desperdício de uma vida.

"Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações." (Jeremias 1:5)

"Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça" (João 15:16a)

"Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda." (Salmo 139:16)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Atreva-se a crer!


"Jesus, fitando neles o olhar, disse: Para os homens é impossível, contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível." (Marcos 10:27)

Haveria algo impossível para Deus? Todos parecem crer nisso, que não há nada impossível para o Criador, que Ele pode fazer todas as coisas, que seu poder é ilimitado.

Sabendo disso, uma das revelações que mais me impressiona e surpreende na bíblia está em descrita em 2 Coríntios 6:16 - "Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus e eles serão o meu povo."

Nesta afirmação, Deus garante a Sua presença em meio ao Seu povo. Este foi o grande objetivo da nossa redenção, que Deus pudesse novamente estar conosco e em nós, como esteve com Adão antes da queda. Que pudéssemos novamente estar em comunhão com nosso Criador e desfrutar das delícias e dos benefícios da Sua presença.

"Habitarei e andarei" foram as expressões usadas por Ele. O meu grande questionamento é: Que diferença este fato deveria fazer nas nossas vidas? Se a presença de Deus habita em nós e está entre nós, seria isto um diferencial entre as nossas vidas e os demais povos?

Não somos pessoas ordinárias. O fato de a presença de Deus estar em nós nos distingue. Não vivemos como as demais pessoas e nem estamos sujeitos aos mesmos fracassos e fatalidades, pois a presença de Deus está em nós! Caso assim fosse, que diferença faria a presença de Deus em nossas vidas? Se não há diferença entre nós e os ímpios naquilo a que estamos sujeitos, então a presença de Deus em nossas vidas não faz qualquer diferença.

Quando Israel reconhecia a presença do Senhor entre eles, era revestido de uma ousadia que o levava a enfrentar inimigos muito maiores do que ele. Quando Davi reconheceu que Deus era com ele, não estremeceu diante da força de Golias, pois confiava na grandeza do Deus que lutaria sua batalha e o faria prevalecer. Gideão se tornou ousado e enfrentou o exército inimigo com um número limitado de homens, pois tinha a certeza de Deus ao seu lado. Israel marchou contra as imponentes muralhas de Jericó e as derrubou na força do seu Deus, pois reconhecia a sua presença entre eles. Moisés caminhou rumo ao mar na certeza de que Deus o faria se abrir, pois estava entre eles. Daniel entrou na cova dos leões e descansou na certeza da presença de Deus em sua vida, assim como Sadraque e seus companheiros confiaram nesta mesma presença ao serem lançados na fornalha. Miriã dançou alegremente e regozijou-se ao perceber a presença do Senhor em meio ao Seu povo. Elias desafiou os profetas de Baal firmado nessa confiança, de que Deus estava com ele e não falharia. Pedro saiu do barco e caminhou nas águas, pois estava consciente da presença do seu Salvador. Paulo não se assustou com as prisões onde foi lançado, pois não tinha dúvidas da presença de Deus em sua vida, presença que se manifestou sacudindo os grilhões que o prendiam e libertando a todos ao seu redor. Aqueles que foram até Jesus ousaram crer que a presença de Deus estava entre eles para os abençoar.

Atreva-se a crer! Vivemos hoje em meio a temores e impossibilidades e esquecemos que o mesmo Deus habita entre nós!

Não havia enfermos ou estéreis em Israel, pois a presença de Deus em meio a eles prometia livramento de doenças (Êxodo 23:25). Vivemos em meio a temores de catástrofes, quando Davi ousadamente declarou as intenções de Deus para o seu povo no Salmo 91:10 - "Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda."
Medimos nossas circunstâncias e nossos recursos para calcular nosso sucesso e aquilo que poderemos alcançar, e, ao fazermos isso, ao nos limitarmos às nossas próprias capacidades e recursos, falhamos em considerar os recursos de Deus, em reconhecer a Sua presença ilimitada em nós e o Seu favor posto à nossa disposição.

Atreva-se a crer! Haverá algo impossível para Deus? Entretanto vivemos em nossas impossibilidades, como se Deus não habitasse em nós, como se a Sua boa mão não estivesse à nosso favor, como se servíssemos a um Deus mesquinho e indisposto a ajudar. Ao estudarmos nossas circunstâncias e como poderemos prevalecer ou alcançar mudanças, deixamos de considerar milagres, deixamos de visualizar que Deus não está limitado naquilo que é possível, mas que tudo no mundo está à Sua disposição para ser usado a nosso favor. Perdemos de enxergar a grandeza de Deus ao considerar os meios naturais, as formas racionais e lógicas com as quais as coisas podem acontecer e esquecemos o fator sobrenatural com o qual Deus trabalha. Nos espantamos ao ouvirmos falar de milagres, quando eles deveriam fazer parte das nossas expectativas como povo de Deus. Milagres são o mover da mão de Deus a nosso favor, e Ele está em nós. Se não consideramos a possibilidade de milagres, de favor sobrenatural em nossas vidas e circunstâncias, no nosso dia-a-dia na presença de Deus, em que somos diferentes dos incrédulos?

Atreva-se a crer! Creia que Deus traz à existência aquilo que a sua mente não é capaz de considerar. Creia que não há limites para Deus e que a presença dele está em você, logo não há limites naquilo que Ele pode fazer em sua vida. Considere o sobrenatural, considere a grandeza daquele que habita entre nós. Deus sempre terá prazer em superar as nossas expectativas e manifestar a Sua glória na vida do Seu povo.

Quando esgotarmos nossas mentes em busca de saídas e não conseguirmos encontrar, ergamos nossos olhos a Deus! Inspire-se naquilo que Ele demonstrou na bíblia, na vida dos homens que se atreveram a crer que a presença de Deus era real e estava a seu favor. Considere que os recursos à disposição de Deus são tão ilimitados quanto a sua própria pessoa.

Atreva-se a crer! Tudo no universo está à disposição de Deus para nos abençoar. Não há monte que não estremeça ao som da Sua voz ou autoridade que não se prostre ante a Sua presença. Não sejamos tímidos na nossa fé, Deus nos desafia a crer. Ele nos desafia a sermos uma geração que se levante e creia em coisas maiores, em maiores manifestações de milagres, em maiores manifestações de poder. Uma geração que não enxergue limites em Deus e naquilo que Ele pode e deseja realizar em meio ao Seu povo.

"Mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo." (Daniel 11:32)

"Por que sois assim tímidos?! Como é que ainda não tendes fé?" (Marcos 4:40)

"Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai." (João 14:12)

sábado, 30 de janeiro de 2010

"Quem te fez saber que estavas nu?"

"Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito. Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel? Deus lhe respondeu: Eu serei contigo" (Êxodo 3:10-12)

Pessoas machucam e ferem. Somos extremamente marcados pelas palavras que ouvimos ao longo das nossas vidas. "Você não pode, seu cabelo é feio, você é burro, seu nariz é torto" ou então: "Você é egoísta, egocêntrico, gosta de aparecer, chamar a atenção, só pensa em você, preguiçoso, nunca vai ser nada na vida", e tantos outros defeitos e impossibilidades diversas que insistem em nos colocar. Incrível é perceber, mesmo em nossa vida adulta, como essas palavras nos marcaram, moldaram nosso caráter e se tornaram parte de nós. Em algum momento começamos a acreditar nelas e nos tornamos limitados por elas.

Quando o chamado de Deus finalmente chegou a Moisés, de repente todas aquelas palavras afloraram dentro dele: "Ah, Senhor, eu não posso! Sempre tive dificuldade pra falar, as pessoas nunca gostaram de me ouvir, sempre me disseram que eu não sou eloqüente. Quem sou eu agora pra me levantar em Teu nome e me dirigir a elas? Elas vão rir de mim como sempre riram. Não me levarão a sério e não me ouvirão. Manda a pessoa certa, Senhor, eu não. Manda aquele pastor que prega tão bem, ou aquele irmão que ora como ninguém. Manda outro, Senhor."

De onde será que surgiram todas as inseguranças de Moisés? Por que ele tinha essa imagem de si mesmo? Será que ele realmente era pesado de boca e não sabia falar? Por que Deus chamaria um homem tão incapacitado quanto ele acreditava que era?

E quanto a nós? Acaso não agimos como Moisés? Não poderia contar quantas vezes nos sentimos incapacitados, mesmo indignos, quando o chamado de Deus chega, ou quando o mero pensamento dele vem à nossa mente. "Eu?", dizemos, "Quem sou eu pra me levantar em frente à igreja e pregar? Quem sou eu pra me dirigir a um grupo e ensinar? Quem sou eu pra orar por alguém ou evangelizar um povo? Não sei falar, não tenho entendimento, não sei orar! Não estou preparado, não posso! Deus enviará as pessoas certas, eu não." Você já se sentiu assim?

Esses dias fiquei pensando de onde viriam esses sentimentos de incapacidade e inadequação. Pensamos mal de nós mesmos, enxergamos limitações, ou ainda quando pensamos que podemos, que temos capacidade, duvidamos da motivação do nosso coração, achamos que nossos motivos não são puros, que não temos um coração correto, que queremos sobressair. São tantas as condenações que acabamos por enterrar nossos talentos. Mas uma Palavra de Deus me abriu os olhos essa semana e me trouxe uma libertação sem tamanho.

Quando Adão pecou no Éden e caiu, ele tirou os olhos de Deus e olhou para si mesmo, e a primeira coisa que ele começou a enxergar foram seus defeitos. De repente se deu conta que estava nu, e isso o incomodou de tal forma que ele já não queria aparecer diante de Deus. Tudo o que ele queria era se esconder, esconder suas imperfeições e defeitos.

"Quem te fez saber que estavas nu?", foi a resposta de Deus em Gênesis 3:11. Em outras palavras: Quem te falou que havia algo de errado em você? Quem fez isso com você?

Da mesma forma Deus se dirige a nós hoje: Quem te falou que havia algo de errado em você? Quem colocou tantos defeitos em você? Quem te falou que você era inadequado? Quem te disse que você não prestava? Quem te falou que você não podia? Quem colocou essas coisas na sua cabeça?

Quando o chamado de Deus finalmente chegar nas nossas vidas, que essas palavras nos encoragem! Moisés teve muita dificuldade em aceitar tão grande missão da parte do Senhor, e penso que muitos de nós também ficaríamos balançados e temerosos. Libertar milhões de pessoas da escravidão? Enfrentar o líder mais poderoso do mundo? Já pensou se esse for o chamado de Deus pra você?

Mas então Deus surpreende Moisés com uma promessa que até hoje ecoa em meu espírito e me faz ter vontade de voar e aceitar qualquer chamado do Senhor: "Eu serei contigo!"

Deus será comigo! Que pensamento encorajador! Quem se recusaria ao chamado do Senhor uma vez feita essa promessa?

Deus nunca nos enviará sem a Sua presença seja pra onde for. A promessa da presença do Senhor em meio ao deserto para nos dar sombra, na secura para ser nossa água, na dificuldade para ser nosso socorro e nos tirar da angústia, deve ser tudo o que precisamos para passar por cima de qualquer dificuldade que insiste em querer nos fazer acreditar que não podemos, que será difícil demais, que não conseguiremos.

"Eu serei contigo!" O que é impossível quando o Criador do universo está conosco? O que pode ser difícil quando Sua presença nos acompanha de perto? Poderiam nossas dificuldades prevalecer? A presença de Deus está conosco! Ainda que em nós falte a capacidade e a eloquência, quem se ocuparia em olhar para isso quando a presença do Todo Poderoso está conosco? Somente quando olhamos para nós mesmos, como fez Adão, enxergamos dificuldades e defeitos. Mas se erguermos os olhos e enxergarmos Aquele que está conosco, como pensar em impossibilidades? Como pensar em limitações? Não há limites ou defeitos em Deus e nem naquele que se atreve a andar com Ele e crer que a Sua presença o acompanha.

"Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimará, nem a chama arderá em ti." (Isaías 43:2)

"Acaso, para o Senhor há coisa demasiadamente difícil? (Gênesis 18:14)