terça-feira, 17 de agosto de 2010

Obediência total


"Depois que partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho e lhe disse: "Levante-se, tome o menino e sua mãe, e fuja para o Egito. Fique lá até que eu lhe diga." (Mateus 2:13)

Uma vida de obediência ao Senhor é desejo de todo cristão, ou pelo menos deveria ser. À medida que crescemos e encontramos na Palavra de Deus mandamentos e preceitos, enforçamo-nos para que nossas vidas se amoldem a eles. "Não roubarás". "Não mentirás". Descobrimos o padrão que o Senhor espera de nós e procuramos ajustar nossas vidas de forma a agradar a Ele e a estarmos aptos para o Seu serviço. O próprio Espírito que Ele colocou dentro de nós se encarrega de nos ajudar nisso, nos convencendo do pecado e transformando nosso caráter.

Até então pensamos que o nível de obediência que se espera de nós diz respeito apenas a uma vida livre de pecados, uma vida de cumprimento de mandamentos. Mas não é isso que encontramos na Bíblia, pelo menos não na vida daqueles que quiseram um nível mais profundo de caminhada com o Senhor. A Bíblia relata a história de um jovem que experimentou isso, um convite à obediência total. O interessante é que o convite surgiu por causa de uma inquietação nascida em seu coração, a de que lhe faltava alguma coisa, a de que o simples cumprimento de mandamentos não poderia ser tudo o que Deus requeria dele. "A tudo isso tenho obedecido. O que me falta ainda?" (Mt. 19:20) Pela resposta de Jesus, descobrimos que ele não estava errado em achar que algo lhe faltava. Ele estava certo em achar que Deus requeria mais dele do que o automático cumprimento de leis: Deus requeria o controle total da sua vida.
Somos bobos em achar que uma vida longe de pecados é tudo o que Deus requer de nós. Nenhum relacionamento funciona neste princípio, muito menos o nosso relacionamento com o Criador. Somos convidados a cada dia não a perguntar "o que nos falta ainda?", como fez o jovem rico, mas a um relacionamento dinâmico com o Senhor. Um relacionamento baseado no princípio de que há um propósito, há caminhos traçados e um destino a se alcançar e precisaremos de direções caso desejemos alcançar esse destino. Nesse caminho não somos nós que tomamos as decisões, pois não fomos nós que o traçamos. Jeremias descreveu isso de forma tão linda quando disse: "Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem é do homem que caminha o dirigir os seus passos.” (Jr. 10:23). Quanto mais cedo descobrimos isso, menos erraremos em tentarmos dirigir nossas próprias vidas.
Precisamos que o Senhor nos dirija, por isso a necessidade de consultá-lo a cada dia, recebeber direções e obedecê-las. Desenvolvemos a consciência de que um passo em falso nos levará a caminhos errados e nos tornamos cada dia mais dependentes, afinal, desejamos ver Seus planos cumpridos em nossas vidas, certo? (Estou escrevendo apenas para aqueles que desejam ouvir dizer de si aquilo que foi dito de Davi: "Tendo, pois, Davi servido ao propósito de Deus em sua geração, adormeceu" - Atos 13:36.)
Mas onde entra a obediência nisso?
Obediência às direções do Senhor muitas vezes nos custam porque elas não trazem em si maiores explicações. "Fique lá até que eu lhe diga." Imagino que José tivesse outros planos para a sua vida. Imagino que partir repentinamente para o Egito não fazia parte de sua meta de vida. E quanto a permanecer lá por tempo indeterminado? Ficar lá até que o Senhor o mandasse sair de lá? Acredito que José não tinha planejado isso. E quanto tempo seria? O Senhor não falou. Apenas mandou que Ele ficasse lá.
Muitas vezes as direções do Senhor são assim. "Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei." (Gn. 12:1). Deus não mostrou, apenas disse que mostraria. E esperava que Abrão obedecesse, assim como esperava que José e o jovem rico obedecessem. "Vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres". Mas Ele não parou por aí: "Depois, venha e siga-me". Na verdadeira caminhada de fé Deus irá requerer de nós esse tipo de obediência, aquela que parte para o desconhecido, que larga tudo o que tem para servir ao Senhor, ou aquela que senta e espera até o Senhor mandar sair. Muitas vezes para obedecermos ao Senhor será preciso ficarmos parados e aguardar. Imagino que José deva ter desejado voltar para casa e para o meio de seu povo, deva ter desejado saber até quando seria necessário estar ali. Mas ele acabou por optar pela obediência, não a simples guarda de mandamentos ou preceitos, mas a obediência que demonstra confiança, fé e dependência no Criador. É assim que Deus nos convida a caminhar com Ele.
E você achou que seria diferente com você? Todos aqueles chamados à grandeza serão convidados a seguir as pegadas dos seus patriarcas, dos exemplos deixados na Bíblia de homens que alcançaram o propósito de Deus nas suas gerações através da obediência. Você será um deles?
"Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda." (Salmo 139:16)
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas.” (Ef. 2:10)

Um comentário:

  1. Lindo texto, Meire! Percebo que eu sou tão desobediente às vezes :( Um beijo e obrigada pelas palavras! Luiza

    ResponderExcluir

Oi, que bom te ver por aqui!
Gostou do blog? Então faça uma blogueira feliz. Comente!