sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Desejo de vencer


“Olhando firmemente para Jesus, autor e consumador da nossa fé.” (Hb. 12:2)
Essa semana uma amiga me escreveu para dizer que estava acompanhando meus textos e que admirava muito minha vontade de vencer. Não tinha pensado nisso desta forma, mas talvez ela tenha razão.

Todo mundo tem vontade de vencer, seja nas pequenas ou nas grandes coisas da vida. Fico me lembrando dos corredores de maratonas e dos grandes esforços que fazem ao longo dos anos, preparando-se para aquele momento especial de disputar uma grande corrida. Engraçado pensar nisso, pois é exatamente esta a comparação que a bíblia faz sobre a carreira que estamos a percorrer. A única diferença é que não estamos disputando uns com os outros, a carreira é individual.

“Corramos com perseverança a corrida que nos é proposta” (Hb. 12:1)

Gosto demais do livro de Hebreus, é o meu favorito do novo testamento, se é que tenho favorito. Talvez porque ele conta a história de alguns atletas e suas corridas, os esforços que fizeram para vencer e os resultados que alcançaram. O livro de Hebreus é como aquela pessoa que entrega uma garrafa de água ao corredor após alguns quilômetros de maratona, ou como o treinador que, nos intervalos entre duros rounds, enxuga o rosto do boxeador, mata sua sede, alivia suas dores e anima-o a continuar lutando.

Sou muito grata a Deus pelo livro de Hebreus. Ele conta a história de homens que tiveram uma visão de Deus (alguns apenas um vislumbre) e se entregaram a ela com tudo o que tinham. Verdadeiros atletas motivados pelo ardente desejo de conquistar recompensas divinas, as quais consideravam superiores a quaisquer prêmios humanos. Possuíram a atitude certa diante dos planos de Deus e por isso tiveram suas histórias registradas para nos servir de exemplo.

Imagino que existiram aqueles, porém, que, como o jovem rico, se recusaram a apostar todas as fichas naquilo que Deus lhes dizia. Alguns tiveram reservas, medo de seguir as direções divinas depositadas em seus corações, ou mesmo as visões e palavras recebidas ao longo de suas caminhadas cristãs. Homens como Esaú, o rei Saul e Judas, que preferiram prêmios terrenos e recompensas imediatas, e não podemos julgá-los por isso. Mas a bíblia não faz referência a eles como exemplos a serem seguidos por nós, que hoje estamos diante das mesmas escolhas que um dia eles estiveram.

Esaú teve fome e o desejo de realizar uma necessidade imediata o levou a desprezar todo o importante futuro de patriarca traçado por Deus para sua vida. Ficou de fora da linhagem do Messias e o povo de Israel não levou seu nome. Saul foi pressionado pelas circunstâncias e cobranças daqueles ao seu redor e comprometeu o glorioso reinado que Deus planejou para ele sobre Israel. Sua descendência também foi prejudicada por suas escolhas e não houve entre ela sucessor ao trono. Deus precisou levantar novo rei que o seguisse de todo coração e sem reservas. E o que dizer de Judas? Pressionado pela ganância do dinheiro fácil, trocou a honra de um trono eterno ao lado do Rei dos reis e o título de Apóstolo do Cordeiro, no desejo de ver um rei terreno se manifestar e trazer liberdade temporária a Israel. Pelo menos é o que dizem ter sido a sua intenção ao entregar Jesus por 30 moedas de prata. Caso estejam errados, tanto pior sua escolha, pois reles desejo pelo dinheiro o levou a desprezar os incomparáveis planos de Deus a seu respeito, honrarias eternas e jamais oferecidas a outros homens.

Nossas escolhas hoje determinam o rumo do nosso futuro. Escolheremos a loucura de Deus ou a sabedoria dos homens? Iremos vencer uma corrida eterna e conquistar prêmios mais preciosos que todos os tesouros da humanidade, ou correremos uma maratona terrena, disputando uns com os outros a maior sombra debaixo do sol?

Cabe a nós a decisão sobre onde aplicaremos nossos esforços nessa vida. Não sem fé, não sem a mesma loucura de convicção que moveu os grandes heróis de Deus a entregar suas vidas sem reservas aos planos de Deus rascunhados em seus corações. Enxergando o invisível, caminharam com Deus e não se embaraçaram com as ofertas dessa vida. Seus olhos estavam fitos naquele que os chamou, ainda que esse chamado não tenha passado de um mero sussurro.
O mesmo desafio nos é feito agora, todos os dias. E estes homens que nos serviram de exemplo são hoje nossas testemunhas, testemunhas que nos observam e ao mesmo tempo nos relembram que este caminho de fé já foi trilhado antes de nós. Trilhado e vencido.

Que esta certeza nos inspire a dar os passos certos e a não desistir antes de vencermos.

“Vocês não sabem que todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal maneira que alcancem o prêmio. Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre.” (1 Co. 9:24,25)

“Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.” (Fp. 3:13,14)

3 comentários:

  1. Meiroca!! Não vou poder ler agora, mas amanhã vou sentar aqui e só levanto quando ler tudinho!!
    Muitos beijos!!!
    Quéuquis

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  2. Oi Meiroca,

    Entrei no seu blog, nossa que lindo isso que vc escreveu, domingo tava na igreja e foi essa palavra que o pastor pregou... fiquei tão impactada, tenho ruminado ela desde então, e ai abro seu blog, e ai esta ela, mesma palavra, mesmo confronto, mesmo impacto, mesma vontade de chorar... O Espírito testifica.
    Um beijo enorme
    Sem palavras agora...
    Flávia (sua colega do 2 de julho)

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